segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Até 2013!!!

Mãe Ilza Mukalê e a família Rodrigues desejam a todos um 2013 de paz e prosperidade! 

Continuaremos trabalhando nesse projeto para a perpetuação da memória da cultura negra!

Em breve, novidades!

Axé!





domingo, 9 de dezembro de 2012

Os ritmos, as cores, AS DANÇAS DOS NKISSIS!


Uma tarde colorida e cheia de movimentos. Assim foi no sábado, marcado com todo o vigor de Mãe Ilza Mukalê. O salão do terreiro se encheu de alegria, deixando os participantes da roda de conversa com os olhos cheios de curiosidade e, com certeza, com vontade de dançar ao som das zuelas.


Mãe Ilza dançou e explicou como se dança para os Nkissis. Falou sobre os movimentos de Dandalunda (Oxum), banhando-se nas águas, a "briga" por Matamba (Iansã), os movimentos e músicas mais suaves de Lembá (Oxalá) e Kavungo, que são os Nikissis mais velhos, o vigor de Matamba, "vermelhando" todo o salão. 

Como não dá para falar sobre danças, esperamos que dê para sentir a vitalidade e a beleza do encontro por meio das imagens desta tarde:












Confira todas as fotos desta tarde AQUI

Ascom Tacila Mendes

Penúltima semana já está deixando saudade!



Essa foi penúltima semana do projeto Mãe Ilza Mukalê, e os participantes estão cada vez mais envolvidos e sedentos por novos conhecimentos. Nesta sexta, foi a vez de Mãe Ilza falar sobre as quizilas dos Nkissis e o poder das ervas na religião do candomblé. Todos muito estavam compenetrados e curiosos, inclusive, membros da família Rodrigues, que tiravam suas dúvidas com Mãe Ilza e promoviam, assim, o aprofundamento do tema. O encontro foi mediado por Romualdo Lisboa e Marinho Rodrigues.


Quizila é aquilo que é “proibido”, aquilo que você faz ou come e que não agrada ao seu Nkissi, por exemplo, segundo Marinho Rodrigues, de Encoci (Ogum), de uns tempos para cá, ele não passa bem quando come amendoim: essa é sua quizila. 
Marinho Santos fala sobre as quizilas de Encoci




Mãe Ilza explicou, por exemplo, que as quizilas do Nkissi Angorô são peixe espada, banana da terra, batata doce, entre outros. Já Kavungo não gosta de carne de porco nem de jaca dura. Lembá não se agrada com dendê, só gosta de comidas brancas e assim ela explicou as quizilas de todos os Nkissis.


A líder religiosa falou também sobre as ervas (ensabas) de cada Nkissi e para que servem as folhas “quentes”, “mornas” e “frias”. Os Tata Kisaba, que são os responsáveis por colher as ervas, colhem para Katandê, por exemplo, eucalipto e capim santo. Já para Dandalunda (Oxum), colhem alfazema, majericão, água de alevante. Os caboclos gostam de tudo o que é da terra, e as raízes são os prediletos.





Para finalizar a noite de sexta, nada como uma boa comida branca! 

Confira todas as fotos deste encontro AQUI.


Ascom: Tacila Mendes

sábado, 1 de dezembro de 2012

Os sabores preferidos dos Nkissis

Uma tarde repleta de sabores! Assim foi a 4ª roda de Conversa com Mãe Ilza Mukalê, neste sábado, no Terreiro de Matamba. O tema "A makuria (comida) dos Nkissis (orixás)", aguçou o paladar dos que estavam presentes e levantou curiosidades sobre os "quitutes". 

Como afirmou Marinho Rodrigues, filho de Mãe Ilza que fez a fala inicial, "muitas comidas já fazem parte do cotidiano do brasileiro". Ao ouvir a líder religiosa, pôde-se ver a diversidade dos elementos da cultura negra, desta vez, pautada na peculiaridade das preferências de cada Nkissi, como é o preparo, os cuidados, as exigências.

Mãe Ilza falou sobre as comidas de cada Nkissi, a exemplo dos citados a seguir: "Quando vamos trocar anualmente a bandeira do Terreiro (todo dia 10 de agosto), por ser no dia do Nkissi Tempo, que é o Rei da Nação Angola, oferecemos a ele seu amalá e tem, por exemplo, frango, farofa, carneiro... as pessoas que participam da festa devem comer andando e fazendo os seus pedidos. Já Lembá (Oxalá) gosta de comida branca; Matamba (Iansã) gosta de caruru, que tem o jeito certo de cortar - em formato de raio e não redondo - ela gosta também de acará (acarajé), de maçã vermelha...; Dandaluanda (Oxum), a Nkissi das questões amorosas, gosta de feijão fradinho (Makundê), pato (vapuru)... ; Kaiá (Iemanjá), cuja cor é azul e que mora no Kalunga Grande (mar), gosta de cabra branca, pata, uva roxa, banana d'água, mas não gosta de dendê, assim como outros Nkissis. Odoiá! É a sua saudação", explicou ela.

Sobre os caboclos, Mãe Ilza lembra que eles são os "puxa folha" da casa, gostam, por exemplo, do que é da terra, como jerimum, inhame, batata, aipim, caças... 

No final da reunião, para saciar a fome que a roda de conversa causou, foi servido para os participantes um delicioso xerém, à moda e tempero da casa!

Confira todas as fotos AQUI

Pausa para a foto - com xerém!

Mostrando a brincadeira das crianças


Ascom: Tacila Mendes


Qual o significado dessa palavra?

"A linguagem Bantu no Terreiro de Matamba" foi o tema do 3º encontro com Mãe Ilza Mukalê, nesta sexta. Ali ela decifrou algumas palavras utilizadas ao longo das cerimônias, rituais e no dia-a-dia da família Rodrigues. Com mediação de Romualdo Lisboa, Mãe Ilza, que goza de plena saúde aos 78 anos, começou a roda de conversa muito à vontade, além de dançar nos momentos de intervenção da Orquestra do Terreiro, esclarecendo sempre o porquê de cada zuela (canto) e dança.

"Aqui no Terreiro, as "macotas", são como secretárias (...) tem também os Tatas Kambondo, que são os homens que tocam, como os meninos da Orquestra do Terreiro (...) a amazi (água) usamos também com os amalás (comida para os Nkissis) (...) Agradecemos ao nosso Zazi (Xangô) e a Lembá (Oxalá)", e por aí foi Mãe Ilza, nos ensinando a linguagem e nos permitindo uma proximidade um pouco maior com o ambiente do Terreiro.

Mãe Ilza também lembrou-se com carinho do seu amado e respeitado Kavungo, Nkissi que a protegeu quando ela fez uma cirurgia. Ela contou sua experiência espiritual no processo de preparação para a operação.

Além dos multiplicadores inscritos, também esteve presente o cineasta Póla Ribeiro (Jardim das Folhas Sagradas), que saiu embevecido do encontro com Mãe Ilza Mukalê. 

Confira todas as fotos deste encontro, clique AQUI.




Com Póla Ribeiro
Ascom: Tacila Mendes

terça-feira, 27 de novembro de 2012

domingo, 25 de novembro de 2012

2º Encontro com Mãe Ilza: "O candomblé não tem uma Bíblia. A memória e os ensinamentos são passados de geração em geração".

"O candomblé não tem uma Bíblia. A memória e os ensinamentos são passados de geração em geração". Essa foi a afirmação de Romualdo Lisboa, dramaturgo e diretor do Teatro Popular de Ilhéus, mediador da segunda roda de conversa com Mãe Ilza Mukalê na tarde de ontem (23). Essa frase expõe uma das justificativas do projeto, que busca promover o compartilhamento das histórias e saberes da líder religiosa e produzir uma cartilha sobre as temáticas abordadas, a fim de oferecer conteúdo didático, contribuindo assim, para a aplicação da Lei 11.645 (que inclui no currículo oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena”).  

Mãe Ilza, com a sua alegria de sempre, entrou sob o som da Orquestra do Terreiro, saudou a todos e iniciou a roda dizendo: "Não quero levar comigo essas informações, como aconteceu com minha mãe e minha avó. Não quero fazer minha passagem sem contar o que sei e o que vivi. É por isso que estou aqui e agora com vocês". 

O tema desenvolvido nesse segundo encontro foi: “Histórias e lendas dos Nkissis e caboblos do Terreiro Matamba”. Mãe Ilza falou, entre outras coisas, das diferenças entre o candomblé da nação Angola-Congo e das outras nações, dos Nkissis (orixás) e da participação dos caboclos no candomblé.

Em uma das passagens memoráveis dessa tarde repleta de zuelas (cantos), a cabocla Jupira - que se faz presente no Terreiro quando é festa - foi lembrada por Mãe Ilza e seus filhos: "ela gosta de zuelar (cantar) muito, é alegre, bota todo mundo para cima. Quando ela chega a festa fica é boa! Ela tem uma dança que é bem peculiar". E Mãe Ilza levantou-se para dançar como a cabocla Jupira, segurando a saia, movimentando os pés em uma dança que ocupava todo o salão do Terreiro.    


 
Clique AQUI e confira as fotos do encontro


sexta-feira, 23 de novembro de 2012

1ª Roda de Conversa com Mãe Ilza Mukalê: Histórias emocionam os multiplicadores

O lançamento do projeto "Mãe Ilza Mukalê" foi marcado pela expectativa dos multiplicadores inscritos para ouvir suas histórias e saberes. O tema de hoje foi: “A história e a atuação do Terreiro Matamba”. 

A roda de conversa contou com a participação dos inscritos e dos familiares, e foi intermediada por Marinho Santos, filho de Mãe Ilza. O encontro seguiu em um agradável tom de conversa entre amigos. 

Entusiasmada, a líder religiosa abriu sua memória e descortinou a história da família Rodrigues que, desde 1885, quando o Terreiro foi inaugurado, vive episódios marcantes que se confundem com a história da formação do povo ilheense. Mãe Ilza lembrou-se das lutas de seus avós, de sua mãe - a famosa D. Roxa - e de como assumiu o posto de líder do Terreiro, tendo que criar sozinha seus 14 filhos e se dedicar aos trabalhos do Terreiro.

Todo o encontro foi registrado em áudio-visual, a fim de servir de fonte para a elaboração do produto final que será a cartilha que contribuirá para a aplicação da Lei 11.645, que visa incluir no currículo oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena".

No final, os presentes saborearam um coquetel típico de um terreiro centenário!

Neste sábado (24) tem mais com o tema:
“Histórias e lendas dos Nkissis e caboblos do Terreiro Matamba”

  





quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Projeto “Mãe Ilza Mukalê” será lançado nesta sexta (23)




O projeto será lançado nesta sexta (23), às 19h00, visando a realização de rodas de conversa entre 40 multiplicadores e a líder religiosa do Terreiro de Matamba Tombeci Neto, a fim de promover, registrar e difundir a tradição oral do Candomblé Angola-Congo. Ao todo, serão oito encontros a partir deste fim de semana, sempre as sextas às 19h00 e aos sábados às 14h00, no Terreiro, no Alto da Conquista, Ilhéus.

A primeira roda de conversa terá como tema “A história e a atuação do Terreiro Matamba” e, no sábado, serão abordadas as “Histórias e lendas dos Nkissis e caboblos do Terreiro Matamba”. Durante o evento, haverá intervenções artísticas da Orquestra do Terreiro de Matamba. O "Mãe Ilza Mukalê" também é integrado à programação do Novembro Negro do Terreiro.

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