domingo, 25 de novembro de 2012

2º Encontro com Mãe Ilza: "O candomblé não tem uma Bíblia. A memória e os ensinamentos são passados de geração em geração".

"O candomblé não tem uma Bíblia. A memória e os ensinamentos são passados de geração em geração". Essa foi a afirmação de Romualdo Lisboa, dramaturgo e diretor do Teatro Popular de Ilhéus, mediador da segunda roda de conversa com Mãe Ilza Mukalê na tarde de ontem (23). Essa frase expõe uma das justificativas do projeto, que busca promover o compartilhamento das histórias e saberes da líder religiosa e produzir uma cartilha sobre as temáticas abordadas, a fim de oferecer conteúdo didático, contribuindo assim, para a aplicação da Lei 11.645 (que inclui no currículo oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena”).  

Mãe Ilza, com a sua alegria de sempre, entrou sob o som da Orquestra do Terreiro, saudou a todos e iniciou a roda dizendo: "Não quero levar comigo essas informações, como aconteceu com minha mãe e minha avó. Não quero fazer minha passagem sem contar o que sei e o que vivi. É por isso que estou aqui e agora com vocês". 

O tema desenvolvido nesse segundo encontro foi: “Histórias e lendas dos Nkissis e caboblos do Terreiro Matamba”. Mãe Ilza falou, entre outras coisas, das diferenças entre o candomblé da nação Angola-Congo e das outras nações, dos Nkissis (orixás) e da participação dos caboclos no candomblé.

Em uma das passagens memoráveis dessa tarde repleta de zuelas (cantos), a cabocla Jupira - que se faz presente no Terreiro quando é festa - foi lembrada por Mãe Ilza e seus filhos: "ela gosta de zuelar (cantar) muito, é alegre, bota todo mundo para cima. Quando ela chega a festa fica é boa! Ela tem uma dança que é bem peculiar". E Mãe Ilza levantou-se para dançar como a cabocla Jupira, segurando a saia, movimentando os pés em uma dança que ocupava todo o salão do Terreiro.    


 
Clique AQUI e confira as fotos do encontro


Nenhum comentário:

Postar um comentário