sábado, 5 de janeiro de 2013

Como foi a última semana das rodas de conversa com Mãe Ilza Mukalê?

Ficamos devendo a postagem da última semana dos encontros com Mãe Ilza. Aconteceu tanta coisa, tantos aprendizados, que vamos tentar contar aqui sem a pretensão de detalhes, mas podemos, sem dúvida, dizer: quem não foi perdeu! Mas calma, que tudo o que foi compartilhado vai ser sintetizado e vai para a cartilha, que já está em produção.

No 7º encontro, o tema abodado foi: "Mãe Ilza Mukalê e o Tombeci Neto: uma história feita de movimentos negros". A profª Drª Ana Cládia Crus da Silva, da Universidade Federal de Niterói, RJ, iniciou o encontro contando sobre os movimentos negros, a resistência e atos de resistência, da força da cultura negra que, mesmo depois de toda história de sofrimento emerge com todo o seu brilho, mantendo suas raízes. Lembrou-se dos blocos de índios que antecederam os blocos afros. 


Profª Ana Cláudia



Mãe Ilza, por sua vez, lembrou-se do início do bloco afro do Matamba, de como foi a escolha do nome e de que foram eles que criaram o primeiro bloco da cidade. A história de Mãe llza, é sempre associada à história do Tombeci e, por si só, já é de resistência e de movimento vivo. 
No momento de intervenção, a música tomou conta do Terreiro. As mulheres levantaram-se e dançaram com grande habilidade mostrando como era a dança no bloco afro.







ÚLTIMO ENCONTRO: A música das religiões de origem africana no Brasil 

Uma curiosidade para quem não entende: macumba é um instrumento musical parecido com o reco-reco! Marinho  Rodrigues, que conduziu o encontro dessa tarde, introduziu o tema já mostrando nomes e fatos interessantes sobre a música de origem africana.

A Macumba - quem toca é o Macumbeiro
Outras curiosidades: atabaque é um nome de origem árabe e é o mesmo que as "engomas" na linguagem Bantu. Quando Mãe Ilza entra no salão do Terreiro dançando, ela segura a adija (abaixo).


Marinho, que é um Tata Kambondo, ou seja, responsável por tocar os instrumentos do Terreiro, disse que é difícil para os homens que exercem essa função gravarem músicas em estúdio, pois aí faltam as referências, os elementos das festas, as danças, a energia. Ele lembrou-se também que, quando era jovem, nas festas, quando os mais velhos ficavam cansados, passavam o instrumento para ele tocar, aí a animação continuava, com os toques para caboclos!

Marinho mostrando como toca o instrumento

As músicas (zuelas) são todas gravadas na memória e passada de geração em geração. Por fim, Mãe Ilza concluiu: "para mim todo pai ou mãe de santo é cantor. E cantamos no gogó!"

Veja as fotos de todos os encontros clicando AQUI:


Ascom

2 comentários:

  1. Creio haver aqui um equívoco, o instrumento musical que a Mametu de Inkici está segurando não é um adjá, mas sim um caxixi estilizado na forma de adjá. O verdadeiro adjá é de metal.

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  2. Existe realmente um instrumento sonoro de cunho sagrado entre os bantus confeccionado em fibras vegetais, mas com certeza seu nome não é adjá e nem tão pouco assemelha-se ao caxixi. No entanto não descartamos a hipótese que esse instrumento musical sagrado, geralmente de forma levemente aredondada, possa ter dado origem ao caxixi. Ou o próprio caxixi seja uma reminiscência deste.

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